segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

CABANA EXTEMPORÂNEA


A Funarte SP está ocupada há mais de dois meses por um grupo de vinte artistas de diversas áreas, liderado por Rubens Espírito Santo, autor dessa XXI Cabana, a qual diferencia-se das anteriores por ser um atelier-residência . A escultura social (Joseph Beuys) e coletiva Cabana Extemporânea, no ar 24 hs por dia, é o nome desse “triângulo das bermudas” que se abre como fissura/brecha no interior de uma instituição oficial de arte.
A Cabana Extemporânea opera como lapso do tempo, onde todas as orientações são ao mesmo tempo ausentes e possíveis. Ο experimento Cabana Extemporânea resiste como espaço de potencialização plástica e psicológica: redemoinho antropofágico, nele os náufragos-ocupantes se sustentam entre os destroços daquilo que resta de suas vidas após se lançarem à viagem. Depois de dois meses de ocupação, que geraram momentos de intuição e plena consciência do ser, o sacro-oficio artístico espelha-se no corpo e na obra do grupo. Na transformação das pessoas e do espaço, transparece a chave desse grande aprendizado coletivo, escultura social que emerge em meio ao caos: a partir de mutuas apropriações e desapegos de seus egos onde pensamentos fundem-se em um. O pulo do gato que foram obrigados a dar sobre si mesmos. A experiência conta com o apoio caloroso do presidente nacional instituição, o ator Sergio Mamberti, e permanece aberta ao público até o dia 28 de fevereiro. O fim da Cabana Extemporânea em São Paulo é o seu começo enquanto projeto a longo prazo: a ocupação se desloca para a Serrinha, em Bragança Paulista, a convite de Fábio Delduque e em seguida, a convite de Patrícia Bowles, segue para o Espaço Apis no Rio de Janeiro.

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